sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O Convite

Não há quem tenha sido hippie, ou tentado ser um, que não tenha sonhado com uma orgia. Na verdade ser hippie é uma tentativa de realizar este sonho, ao menos o meu era.
Sempre imaginei eu no meio de um mar de mulheres, todas numa boa, afim de transar comigo e entre elas.

Nas festas da faculdade nunca rolava isso e com o tempo eu fui perdendo minhas esperanças. Sempre que tinha uma festa eu enturmava no máximo em uma gata. Como a gurizada era muito encarnada no tal do baseado (e eu não me dei muito bem com ele) sempre dava os primeiros passos. Nunca cheguei perto da orgia, comi gente aqui, outra ali, mas nada fora do comum.

O meu sonho era o tal do Woodstock. Dizem que foi uma beleza. Era um monte de gente, um monte de droga e uma música daquelas que a guitarra fica horas fazendo barulho. Eu só imagino, devia ser uma beleza mesmo.
Ouvi falar que o melhor era a sensação de liberdade, sem repressão: "estamos livres do sistema"; sempre achei que significava uma trepação bárbara.

Um dia me convidaram para fazer uma viagem. Tinha um festival em Santa Catarina.
- Vamos Rica, vai todo mundo, tem uns 15 da turma que vão.
- Mas tu disse que só tem três barracas?
- Cara, a gente dá um jeito, no amor.
- Sei não, sei não.
- O som é de uma galera massa. Tudo cover de primeira, Janes Joplin, Doors, Pink.
(Eu nunca gostei dos originais)
- Tchê, sei não, sei não.
- Também diz que a mulherda corre solta.
- Tipo Woodsotck?
- Exato. Grande Rica, tipo Woodstock.
- Bora lá, então.

Tínhamos orgia à vista.

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