quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Catacumbas

Uma vez teve festa lá da UFRGS, Catacumbas era o nome do lugar, sei lá, parecia bom.

Era um frio de se cagar e eu tive que dar uma inventada na roupa. Calça de moleton, alpargata com meia de lã, e uma japona antiga do velho pai, que ele comprou na Alemanha na época de hippie dele.

A festa era boa, a música que era um saco.

- Rica, baita som hein?

- Cara, nunca ouvi!

- Quê? Tu nunca ouviu The Doors, Rica?

(Momento de tensão, nunca tinha ouvido aquela merda, mas pelo jeito não ter ouvido The Doors era pior que usar cueca)

- Ah, não tinha me dado conta que era ele.

Quando saímos pra fumar um cigarro todo mundo já sabia que eu não tinha reconhecido o tal do Doors, e ficaram torrando minha paciência, porque esta galera gosta de uma patrulha.

Todo mundo fumava cigarro de palha enrolado em palheiro, cada um tinha um jeito de enrolar o palheiro, cada um tinha um tipo de fumo; eu nunca tinha fumado cigarro.

No meio desta fumaceira toda tinha uma gata, UMA gata. Minhas chances eram grandes, à parte a coisa da música eu estava bem, sempre fui bom de piada, enchi a galera de piada. E a alpargata com meia de lã dava um toque diferente. A gata era possível.

Até que chegou um cara de dreeds bem cumpridos. Puta, dreeds é foda, cumpridos é pra matar. Porque tá na cara que o cara é hippie desde os 15 anos, senão de onde ele ia tirar tanto cabelo em 6 meses de facul, do pai dele é que não era.

Ele tinha dreeds, eu tinha um bigode, ao menos eu chamava de bigode. Minhas piadas estavam para acabar e o cara mandou trazer a viola para ele tocar sei lá o que. A gata já era.

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